terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Atitude


Albert Schweitzer, prêmio Nobel da Paz de 1952, foi teólogo e músico europeu que, pensando em servir mais do que ser servido, aos trinta anos de idade, deixando de lado o alto prestígio social e financeiro que tinha, resolveu cursar Medicina só para poder cuidar na África de milhares de desvalidos.  Ele se formou e passou mais de meio século de uma vida profícua, usando a própria vida para proteger outras vidas.  É dele a frase funda, perturbadora: “A tragédia não é quando um homem morre; a tragédia é aquilo que morre dentro de um homem enquanto ele ainda está vivo”.  E o que não pode morrer dentro de alguém?  A fé, a esperança, a solidariedade, a fraternidade e a decência.  Assim, a vida vive além de si mesma. 

Que cada um possa refletir sobre as linhas da própria vida até o momento escritas.  Vivemos um momento de renovação material: pintura de casa, troca de utensílios (cama, mesa, banho)... Mudamos, renovamos, embelezamos o que é visível.
Que tal reavaliarmos nossos pensamentos, conceitos e atitudes.  Que tal renovarmos a fé,  força, confiança e esperança, para,  começar a lapidar a pérola divina que somos.  Embelezar o que é essencial e invisível – o nosso espírito -  com a conquista das virtudes essenciais ao nosso crescimento moral?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

SUPERAÇÃO

Domingo tive acesso, através da revista do "O globo", a mais uma história que bem ilustra o meu objetivo ao criar este blog.

"A história do menino que não tinha livros, mas gostava de ler, virou escritor e criou a festa literária da zona oeste.

Filho de um carpinteiro e de uma dona de casa, George Cleber Alves da Silva, começou a ler prematuramente, dos 3 para os 4 anos.  As placas das ruas da Vila Aliança, conjunto habitacional de Bangu onde nasceu e se criou, foram seus primeiros objetos de leitura.

As ruas da Vila Aliança sempre tiveram nomes de profissões.  Gostava de brincar na Rua do Carpinteiro e do Florista, mas a minha preferida sempre foi a do aprendiz - lembra ele.

Na adolescência, começou a escrever letras de funk melody, inspirado por MC Marcinho, seu conterrâneo, e Bob Rum, da vizinha Santa Cruz.

Na década de 1990, todo moleque de favela queria ser jogador de futebol ou MC.  Como eu era ruim de bola, comecei a escrever letras de funk.  Mais tarde, me distanciei da música por causa da violência que rolava nos bailes de corredor, e me vi fazendo poesia.

Aos 17 anos, Binho saiu da escola.

- Meus pais não tinham dinheiro para comprar o livro paradidático, e eu confidenciei o meu problema à professora, pedindo para ela não me dar zero na prova.  Mas, ela não só me deu zero como contou para a turma inteira que não podia abrir uma exceção para mim porque meus pais não tinham dinheiro para comprar um livro.  Fiquei traumatizado, revoltado, lembra.

Um ano depois, a raiva se transformou na Biblioteca Quilombo dos Poetas.
Após passar "vergonha" por não ter o tal livro paradidático, Binho passou a pegar livros com vizinhos, amigos, amigos dos amigos, e montou uma biblioteca comunitária, a primeira da Vila aliança:
- Não queria que meu irmão, nem mais ninguém, passasse pela vergonha que passei na sala de aula.
A Biblioteca Quilombo dos Poetas pode ser considerada uma espécie de pedra findamental da construção de um projeto de incentivo à leitura em Bangu e arredores.  De lá para cá, Binho terminou a escola, se formou em Ciências Sociais , fundou o Centro Cultural A História Que Eu Conto, promoveu a construção de uma Nave do conhecimento e escreveu um livro.  O mais recente capítulo dessa história foi a realização da Festa Literária da Zona Oeste (Flizo), para a qual mapeou cem escritores da região e promoveu 50 mesas redondas em escolas municipais e clubes de sete bairros da Zona Oeste, de 30 de setembro a 1º de novembro deste ano. ...

O seu primeiro livro, "A história que eu conto", foi lançado em junho pela Aeroplano, editora de Heloisa Buarque de Hollana, professora da UFRJ e crítica literária.

O Binho é um intelectual da periferia, um artista-cidadão que cria e tem compromisso com o entorno.  Não depende de nada ou ninguém para seguir em frente, está sempre agindo com urgência - diz Heloisa. ...

Sem esconder a marra, ele faz planos ambiciosos para o futuro:
- A minha meta é ser Ministro da Cultura em dez anos.  Tudo o que eu fiz na minha vida sempre foi audacioso."

É isso... a vida nos oferece diversas experiências e essas, embutem inúmeras oportunidades, e, cabe a cada um de nós vislumbrá-las e escolhê-las... o Binho poderia ter escolhido ser uma vítima da situação que vivenciou, mas, ele optou por agir, e, assim, criou, cria e criará todas as oportunidades necessárias a superação de seus limites.

Que possamos nos inspirar por mais esse exemplo.

Paz e bem!!!